Denominado “Requalificação do Projeto Educativo do Museu Casa e Fazenda Santa Maria do Monjolinho – Projeto de Ação Educativa, utilizando coleções museais sob a perspectiva da teoria histórico-cultural de Vygotsky”, o projeto realizado pelo Programa de Ação Cultural (ProAC), do Governo do Estado de São Paulo, via Edital ProAc Expresso 2022, com proponência da Engenho Cultural – Assessoria e Consultoria em Museus, propõe um processo de sociabilização do conhecimento, pelo diálogo com as artes, história, natureza, por meio de interações e atividades em grupo, através de uma visita mediada à Fazenda Histórica Santa Maria do Monjolinho, com a utilização de atores e até mesmo de um personagem lúdico.

Outra premissa do projeto é aproximar o público infantil, professores e visitantes, aos museus, para que seja considerado um espaço de construção informal do conhecimento, à medida que concebemos o museu e sua coleção como um espaço de fruição e criatividade.

O público-alvo é amplo: alunos da rede municipal, estadual e particular do Ensino Fundamental, na faixa etária dos 6 aos 12 anos de idade, em grupos de, no mínimo, 15 alunos, e máximo, 60; jovens e adultos em período escolar; e público espontâneo (visitantes de todas as idades). Todas as atividades e visitas necessitam agendamento prévio, conforme disponibilidade de vagas.

Serão trabalhados temas concernentes ao histórico da Fazenda, portanto, a produção cafeeira e sua importância para o desenvolvimento da economia em São Carlos, no Estado de São Paulo, e no Brasil; os regimes de trabalho escravo e assalariado; a imigração europeia no Brasil e seu impacto no desenvolvimento da cultura; os Barões do Café e seus modos de vida, através da arquitetura de suas moradias, entre outros.

E isso tudo será possível através das teorias do pensador Vygotsky, que salienta que as crianças em período escolar se desenvolvem a partir da sua interação com os demais alunos da classe, por meio do conhecimento que o professor extroverte, para que possam desenvolver mecanismos estimuladores através das visitas mediadas, no sentido em que o professor/mediador deve ser entendido como um estimulador para grupo, com o desenvolvimento e aplicabilidade de técnicas (meios) que facilitem a aprendizagem de todos os envolvidos no processo.

“A partir de uma mediação simbólica que, para Vygotsky, consiste na interação do indivíduo com o meio físico e social no qual está inserido, através de elementos mediadores ou intermediários que permeiam seu pensamento e, consequentemente, suas escolhas e comportamentos, o projeto será desenvolvido através da visita à Casa Museu e ao território musealizado: ex-Senzala, Casa do Administrador da Fazenda, Capela, Estação de Trem, Tulhas, Terreiro de Café, Casa de Máquinas e Aqueduto”, explica Rodrigo Santos, museólogo do projeto.

Segundo Renata Gava, historiadora responsável pela coordenação pedagógica, “buscaremos estabelecer com os alunos, professores e demais interessados, através de uma visita mediada à Fazenda Histórica Santa Maria do Monjolinho, com a utilização de atores, e mesmo de um personagem lúdico, o redirecionamento do Projeto Educativo, propondo um processo de sociabilização do conhecimento, pelo diálogo com as artes, com a história, com a natureza, por meio de interações e atividades em grupo”, afirma.

Já a oficina de turismo cultural e a organização do receptivo ficará a cargo do turismólogo Esdras Casarini, que afirma: “assistimos atualmente uma grande procura por espaços culturais e turísticos como fonte de entretenimento, assim como, a busca por conhecimento de forma direta e indireta pelos mais diferentes públicos. Assim, é fundamental que espaços de memória, cultura e turismo, estejam qualificados para o receptivo, contemplação e formação crítica de seus visitantes”.

O projeto contará com oficinas técnicas para professores, guias de turismo e pessoas interessadas nas temáticas, e ainda receberá, gratuitamente, para visita à Fazenda, com disponibilização de transporte, cinco instituições públicas carentes da cidade de São Carlos-SP. Para Vera Campos, Diretora Cultural da Fazenda, “o desenvolvimento desse projeto busca a ampliação do trabalho pedagógico já realizado pela Fazenda. Os visitantes receberão um folder turístico e as crianças que fizerem visitas em grupo, agendadas por escolas, receberão um mapa ilustrado com jogo recreativo”.

HISTÓRICO – A Fazenda Santa Maria do Monjolinho abriu suas portas ao público em 1978, como registrado no Livro de Ouro. Porém, iniciou a condução de visitas, oficialmente, somente em 1997, quando recebeu o primeiro grupo escolar com foco no turismo pedagógico. Ao longo desses vinte e cinco anos de atuação como espaço memória, cultural e turística, a equipe de educativo nos apresenta uma ampla proposta de receptivo: Patrimonial, Educativo, Pedagógico, Gastronômico e Cultural.

O conjunto arquitetônico formado por casa-sede, tulhas, terreiros, aqueduto, serraria, oficina, cocheiras, senzala, casa do administrador e antiga estação de trem, da Fazenda Santa Maria do Monjolinho teve início de construção em 1850. Fazenda de café, um dos grandes feitos históricos conta com a construção da casa-sede para abrigar D. Pedro II em decorrência da inauguração da ferrovia em São Carlos.

Atualmente, a fazenda é preservada pela família Souza Campos e o complexo histórico do conjunto arquitetônico encontra-se tombado pelo CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo como Patrimônio Histórico, Cultural e Educacional.

Texto: Divulgação Fazenda Santa Maria do Monjolinho

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